FLAGvox | Formação especializada não é um custo – é investimento

“Transformámos os desafios de 2024 em oportunidades para inovar e crescer.” É com este espírito otimista que Gabriel Augusto, diretor-geral da FLAG, resume um ano exigente, mas marcado por avanços significativos na estrutura interna e na proposta de valor da marca.
Em entrevista à RHmagazine, o responsável antecipa as prioridades estratégicas para 2025, com foco na personalização da aprendizagem, no crescimento no segmento B2B e no fortalecimento de uma cultura organizacional ágil e orientada para o futuro. “Sentimos que é uma responsabilidade da FLAG garantir a capacitação de toda a equipa, não só em termos técnicos, mas também em termos de mentalidade e atitude para enfrentar esta nova realidade.”
O ano passado foi desafiante para muitas empresas. Como correu para a FLAG? Quais foram os principais marcos da operação no decorrer de 2024 e de que forma é que esses resultados ajudaram a reforçar a estrutura interna?
O ano de 2024 foi exigente, mas o balanço final é positivo para a FLAG. Conseguimos transformar desafios em oportunidades, consolidando a nossa posição como referência na formação especializada. Destaco, em primeiro lugar, a expansão estratégica da oferta formativa em inteligência artificial e a sua aplicação nas mais diversas funções organizacionais. Estes cursos, alinhados com as necessidades emergentes do mercado, tiveram uma adesão significativa e contribuíram fortemente para a nossa atividade e resultados. Em segundo lugar, reforçámos o investimento em inovação pedagógica, que resultou em soluções de formação híbridas mais robustas e um acompanhamento mais personalizado dos nossos formandos. Esta melhoria permitiu-nos aumentar os níveis de satisfação e fidelização dos nossos formandos, com impacto direto também no reforço das competências internas das nossas equipas. Por último, lançámos iniciativas focadas na cultura organizacional e no desenvolvimento dos nossos colaboradores, como programas internos de formação contínua e workshops colaborativos sobre gestão da mudança e transformação digital. Estas ações promoveram uma estrutura interna mais coesa, resiliente e ágil, essencial para enfrentar futuros desafios. Estes resultados não só validaram as nossas escolhas estratégicas, como também permitiram reforçar a capacidade interna da FLAG, preparando-nos melhor para o crescimento sustentável e para responder com maior rapidez e eficácia às necessidades do mercado.
Para 2025, que prioridades estratégicas destaca?
Uma das nossas prioridades estratégicas em 2025 está, certamente, relacionada com os esforços com que temos vindo a desenvolver na inovação pedagógica, com novas metodologias e plataformas digitais que reforcem uma experiência formativa ainda mais personalizada e eficiente, promovendo, assim, o retorno do investimento para os nossos clientes e formandos. Outra prioridade reflete-se no reforço das parcerias estratégicas, para ampliar a nossa capacidade de resposta e a diversidade da nossa oferta formativa. Uma das parcerias já estabelecidas no primeiro semestre do ano, com a AI CERTs, reforça o nosso reconhecimento e a credibilidade internacional da nossa oferta formativa no âmbito da inteligência artificial. Destaco também o nosso objetivo em intensificar a aposta na sustentabilidade organizacional, investindo continuamente no desenvolvimento das nossas equipas e na criação de uma cultura interna que valorize a aprendizagem contínua, a adaptabilidade e a colaboração como bases para o crescimento sólido e sustentado. Reconhecemos que o mercado está num momento significativo de mudança, com impacto nas vidas profissionais e pessoais de toda a nossa equipa; sentimos, por isso, que é uma responsabilidade da FLAG garantir a capacitação de toda a equipa, não só em termos técnicos, mas também em termos de mentalidade e atitude para enfrentar esta nova realidade.
Uma das grandes apostas da FLAG para este ano passa pelo reforço do posicionamento no segmento B2B. Que tipo de soluções formativas estão a ser desenhadas para responder às necessidades das empresas e profissionais que procuram especialização?
Este ano, o nosso reforço no segmento B2B centra-se no desenvolvimento de soluções formativas altamente personalizadas e especializadas. A abordagem começa sempre com um diagnóstico inicial rigoroso, permitindo-nos compreender profundamente as necessidades e contextos críticos de cada cliente. Esta fase inicial é essencial, uma vez que estabelece a base para medir o impacto real da formação através de um assessment final comparativo. Neste sentido, seguimos um modelo próprio estruturado em cinco etapas: desde o levantamento colaborativo das necessidades e contextos críticos, passando pelo mapeamento inicial de competências, design instrucional detalhado, execução prática das experiências formativas, até ao follow-up estruturado com análise detalhada do impacto e feedback recebido. Importa também destacar que este reforço não se limita à oferta formativa, mas está a ser igualmente implementado internamente nas nossas equipas, assegurando alinhamento e capacitação contínua para responder eficazmente aos desafios deste segmento.
Finalmente, o impacto destas soluções é evidente e tem sido reconhecido externamente, como atesta a recente distinção pelo segundo ano consecutivo como um dos Melhores Fornecedores de RH, na categoria Formação, Coaching e Desenvolvimento Profissional, uma iniciativa da APG (Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas) em parceria com a Qmetrics e MQ. Este reconhecimento valida a nossa abordagem estratégica e reforça a nossa credibilidade no mercado empresarial.
A formação prática e orientada para os reais desafios do setor é também um dos vossos focos. Como é que a FLAG pensa garantir uma experiência de aprendizagem que vá ao encontro das exigências do mercado?
A nossa estratégia para garantir uma formação prática e alinhada com as exigências do mercado assenta, essencialmente, em três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, estabelecemos uma ligação próxima com profissionais e empresas, assegurando que cada curso responde diretamente aos desafios e necessidades reais do setor. Este alinhamento é conseguido através do envolvimento constante de especialistas na construção dos conteúdos programáticos e na facilitação prática das formações, trazendo exemplos concretos e estudos de caso reais. Em segundo lugar, investimos numa abordagem pedagógica baseada em projetos reais e simulações práticas, que permitem aos formandos aplicar imediatamente os conhecimentos adquiridos em contextos semelhantes aos que encontrarão nas suas organizações. Esta vertente experiencial não só acelera o processo de aprendizagem como garante a sua aplicabilidade direta ao contexto profissional. Por último, mantemos um processo contínuo de validação e atualização da oferta formativa, através de feedback estruturado dos nossos formandos, formadores e parceiros estratégicos. Este processo permite-nos acompanhar rapidamente as mudanças do mercado, ajustar conteúdos e metodologias sempre que necessário e garantir que a formação permanece relevante, prática e orientada à ação. Este compromisso com a experiência prática e de mercado é crucial para continuarmos a capacitar profissionais capazes de gerar impacto imediato nas suas organizações.
Quando falamos em marketing e talento, é indiscutível o impacto das novas tecnologias, nomeadamente a IA e a automação. De que forma é que estão a transformar o setor e a redefinir a forma como as marcas se relacionam com os seus públicos?
A IA e a automação estão a transformar profundamente o setor do marketing e gestão de talento, redefinindo as relações entre marcas e os seus públicos. Por um lado, estas tecnologias permitem uma personalização sem precedentes das interações. Hoje, as marcas conseguem entender melhor as necessidades e expectativas do consumidor, utilizando dados para entregar conteúdos relevantes, no momento certo e através dos canais mais adequados. Isto traduz-se numa experiência mais autêntica e próxima, elevando significativamente o nível de engagement. Por outro, a automação otimiza processos internos, permitindo que os profissionais de marketing se foquem em estratégias criativas e de maior valor acrescentado. A redução do tempo gasto em tarefas repetitivas e operacionais liberta o talento humano para se concentrar na criatividade, inovação e na construção de relações mais profundas e significativas com o público.
Note-se que estas tecnologias estão também a mudar o perfil e as competências necessárias dos profissionais do setor. As equipas precisam, cada vez mais, de uma combinação entre conhecimento tecnológico avançado, capacidade analítica para interpretar dados e uma forte componente de criatividade e pensamento crítico. A FLAG tem respondido a esta realidade, precisamente através de formação especializada que capacita os profissionais para dominarem estas novas ferramentas e abordagens estratégicas. Desta forma, o impacto das novas tecnologias no marketing e gestão de talento não só está a redefinir estratégias de mercado, como também está a moldar uma nova geração de profissionais preparados para liderar esta transformação.
A FLAG identificou tendências como o microlearning, a aprendizagem híbrida e a IA na educação como áreas-chave. Quais as grandes tendências no setor e como estão a ser incorporadas na vossa oferta?
No setor da formação especializada, identificamos várias tendências-chave que já estamos a incorporar ativamente na nossa oferta formativa. O microlearning é uma delas e ganha destaque pela sua eficácia em contextos profissionais cada vez mais exigentes. Esta abordagem, baseada em módulos curtos, práticos e acessíveis, facilita a aprendizagem em momentos oportunos e promove a retenção do conhecimento. A FLAG implementou esta tendência através de conteúdos rápidos e específicos, suportados por plataformas digitais de fácil acesso. Até ao momento, o feedback tem sido bastante positivo e é nosso objetivo expandir a sua aplicação em outras áreas de especialização. Outra tendência a referir é a aprendizagem híbrida, que alia a flexibilidade das plataformas digitais à eficácia comprovada das interações presenciais. Este formato, que acelerou significativamente no período pós-pandemia, continua a evoluir e permite-nos combinar sessões presenciais imersivas com ambientes digitais interativos, assegurando uma experiência formativa mais dinâmica e adaptável às necessidades dos formandos e empresas. Envolve também um desenho cuidadoso da jornada de formação, complementando as sessões síncronas com materiais de apoio assíncronos, permitindo que cada formando consiga, de certa forma, a desenvolver as suas competências no ritmo que lhe for mais favorável.
Destacamos, também a utilização crescente da IA na educação, particularmente no acompanhamento personalizado dos formandos, recomendação de conteúdos adaptados e avaliação contínua do progresso e impacto formativo. Temos vindo a analisar e a testar a incorporação de ferramentas inteligentes que personalizam percursos formativos e identificam rapidamente necessidades específicas, permitindo-nos uma resposta imediata e ajustada à evolução individual. Estas tendências não só acompanham a evolução tecnológica e comportamental do mercado, como garantem que a FLAG continua a oferecer uma formação inovadora, eficaz e altamente relevante para os desafios atuais e futuros.
As empresas e os profissionais estão a saber acompanhar as mudanças do setor?
De uma forma geral, sentimos que as empresas e os profissionais estão cada vez mais atentos à necessidade de acompanhar as mudanças rápidas do mercado. No entanto, essa capacidade de adaptação não é uniforme nem acontece ao mesmo ritmo em todos os contextos. Existem claramente empresas e profissionais que já anteciparam as tendências, apostando consistentemente na aprendizagem contínua, inovação e desenvolvimento das suas equipas, preparando-se ativamente para desafios futuros. Estes casos, que acompanhamos diariamente na FLAG, destacam-se pelo investimento consciente em competências críticas, como IA, agilidade organizacional e liderança adaptativa.
Contudo, ainda existem organizações e profissionais que resistem ou subestimam o impacto real destas transformações. Esta resistência deve-se, muitas vezes, a desafios culturais, falta de visão estratégica ou até ausência de recursos específicos para a adaptação. É precisamente nestes contextos que o papel da FLAG ganha relevância acrescida: apoiar organizações e pessoas na transição e capacitação para acompanhar as mudanças de forma sustentada. Acreditamos que é fundamental investir numa cultura organizacional que privilegie a aprendizagem contínua, experimentação e flexibilidade, para que tanto empresas como profissionais estejam preparados para responder de forma eficaz a um mercado em constante transformação.
Que competências estão atualmente em maior destaque nas áreas do marketing?
A evolução tecnológica está claramente a redefinir os perfis procurados pelas empresas no marketing. Há uma procura crescente por competências tecnológicas e analíticas. Profissionais que dominem ferramentas digitais, análise avançada de dados, IA aplicada ao marketing, e automação têm uma clara vantagem. Estas competências permitem às equipas tomar decisões mais informadas e personalizar campanhas em larga escala com maior precisão. Também as competências relacionadas com a criatividade estratégica e inovação continuam a ser essenciais. Num contexto em que grande parte das tarefas operacionais pode ser automatizada, a capacidade de gerar soluções criativas, diferenciar conteúdos e criar estratégias inovadoras que realmente impactem as audiências torna-se crítica.
De notar também que as competências comportamentais (soft skills), tais como adaptabilidade, pensamento crítico, empatia e comunicação eficaz, são cada vez mais valorizadas. A capacidade para interpretar insights de mercado, liderar equipas multidisciplinares e construir relações sólidas com diferentes públicos continua a ser um diferenciador importante. Na FLAG, temos acompanhado estas mudanças, adaptando continuamente a nossa oferta para garantir que os profissionais desenvolvem exatamente estas competências, respondendo eficazmente às necessidades emergentes das empresas.
Quais são os objetivos da FLAG enquanto marca de referência na formação especializada?
Pretendemos continuar a liderar a inovação pedagógica, oferecendo uma formação sempre alinhada com as necessidades reais do mercado e das organizações, e antecipando tendências emergentes. Isto significa um compromisso constante com a qualidade, relevância e aplicabilidade imediata dos conhecimentos que entregamos. Também procuramos ser o parceiro preferencial de empresas e profissionais na capacitação contínua, contribuindo ativamente para a transformação digital e organizacional dos nossos clientes. Queremos proporcionar experiências formativas diferenciadoras, práticas e com impacto visível e mensurável nas organizações. Aspiramos reforçar uma comunidade forte de formandos, formadores e parceiros, promovendo continuamente a partilha de conhecimento, experiências e networking. Queremos continuar a construir uma marca próxima, colaborativa e inspiradora, que faça a diferença na carreira e no desenvolvimento profissional das pessoas que escolhem a FLAG.
Que mensagem deixaria às empresas e profissionais que querem manter-se competitivos num setor em constante mudança?
É muito clara: para permanecerem competitivos num mercado em constante mudança, é fundamental assumirem uma postura de aprendizagem contínua e proatividade perante a inovação. A mudança já não é pontual; tornou-se a norma. Nesse sentido, não basta apenas acompanhar as transformações tecnológicas e sociais, e é essencial antecipá-las, investir continuamente na capacitação de equipas, desenvolver competências emergentes e cultivar uma cultura organizacional ágil, curiosa e aberta ao risco. Reforço também a importância de procurar parceiros estratégicos que facilitem esta jornada de adaptação e crescimento, ajudando a reduzir o tempo entre a identificação de necessidades e a aquisição efetiva das competências necessárias. Na FLAG, acreditamos profundamente que a formação especializada e orientada para o futuro não é um custo, mas sim um investimento crítico para qualquer organização e profissional que queira prosperar num contexto desafiante e em constante evolução.
Entrevista em: RH Magazine