fbpx

#FLAGvox | A Criatividade nas Organizações: o Xeque-Mate da Inovação

Criatividade sob a perspetiva de Gabriel Augusto

 

No tabuleiro contemporâneo do mundo corporativo, onde cada movimento pode determinar o sucesso ou o fracasso, a criatividade assume o papel do Rei, a peça mais crucial no xadrez da inovação e do progresso. Neste jogo em que a estagnação é sinónimo de derrota, as organizações que se retraem perante a oportunidade de abraçar uma cultura de criatividade estão destinadas a encontrar-se nas sombras da obsolescência. Mas qual é organização que deseja ser recordada apenas como uma nota de rodapé na história, pela sua incapacidade de adaptação às novas realidades de mercado, juntando-se a tantas outras como mais um exemplo do que não fazer?

Este é o desafio: transformar a criatividade, frequentemente percebida apenas como um slogan motivacional, numa pedra basilar da cultura organizacional. Não se trata apenas de um convite para a superficialidade das sessões de brainstorming adornadas por post-its coloridos; mas sim de dar início a uma autêntica revolução com o objetivo de repensar os alicerces que sustentam as organizações.

Abordemos desde já o elefante na sala: a resistência à mudança. Como as Torres no xadrez, que se movem em linhas retas mas podem alterar o curso do jogo, a resistência à mudança pode parecer intransponível. Muitas organizações, embaladas pela confortável certeza das rotinas e dos processos que as conduziram ao sucesso, olham para a inovação como um risco indesejável, permitindo que o conforto do conhecido se revele como o maior adversário a uma cultura de criatividade. Contudo, neste contexto dinâmico, a inovação não é um risco, mas um imperativo para a sobreviviência e a prosperidade.

Depois, há o medo do fracasso, essa sombra que asfixia o espírito aventureiro. Assim como o movimento surpreendente de um Cavalo no xadrez, o medo do fracasso pode igualmente desviar as organizações do seu caminho da inovação. Criar um ambiente em que os erros são vistos como oportunidades de aprendizagem e crescimento, e celebrados como parte do processo de inovação, é fundamental. Devemos transformar o ato de arriscar, a tentativa e o erro, bem como a experimentação, em práticas habituais para que a criatividade floresça. E a celebração e o incentivo à criatividade não são um luxo, mas elementos cruciais: cada contribuição criativa deve ser reconhecida e valorizada, motivando todos a pensar além dos limites estabelecidos.

A liderança desempenha, obviamente, um papel insubstituível nesta jornada de transformação, à semelhança do Bispo no xadrez, que se move diagonalmente, desbravando novos caminhos no tabuleiro. Contudo, não é suficiente que a liderança atue apenas como um farol distante; é fundamental que se manifeste como uma força incendiária, capaz de alimentar as chamas da criatividade, inspirando cada colaborador com ações e palavras que ecoem o valor da inovação. Uma liderança plenamente dedicada à promoção de uma cultura que potencia a criatividade e a experimentação, amplia exponencialmente o potencial criativo da sua equipa. Pelo contrário, os líderes que hesitam em comprometer-se com o estabelecimento de um ambiente propício à inovação e à livre expressão de ideias, acabam por restringir as possibilidades de crescimento criativo dos seus colaboradores e, consequentemente, o futuro da organização.

Também não se pode negligenciar a alocação dos recursos necessários. Os Peões, apesar de serem as peças menos poderosas, são fundamentais para a estratégia do xadrez, avançando passo a passo; da mesma forma, os recursos dedicados à inovação – tempo, energia, capital – constituem um investimento estratégico que prepara o terreno para inovações futuras. O fomento do desenvolvimento de competências de pensamento criativo diferencia as organizações líderes daquelas que se deixam arrastar pela maré da mudança.

Por fim, não podemos ignorar o papel da diversidade e da inclusão que, mais do que duas buzzwords, emergem como fundamentais para um caldeirão de ideias inovadoras. Tal como a Rainha no xadrez, são as peças mais versáteis do jogo. Uma organização que se limita a uma paleta restrita de perspectivas, jamais conseguirá pintar o quadro completo do futuro. A colaboração multidisciplinar e o derrubar de barreiras e silos organizacionais revelam-se essenciais para alcançar uma inovação verdadeiramente abrangente. E assim garantir que o todo supere significativamente a soma das suas partes.

Termino com um convite às organizações: abracem o desafio de transformar a criatividade, de um mero conceito abstrato para uma realidade vibrante da vossa cultura empresarial. Esta não é uma cruzada por vitórias táticas efémeras, mas uma jornada em direção a um futuro onde a criatividade se assume como a força motriz das organizações. Agora é o momento de agir: de repensar estratégias, de acolher o inexplorado com braços abertos e de se preparar para liderar através da inovação. Pergunto, com a maior seriedade: a vossa organização está preparada para liderar com audácia, movendo o seu Rei – e toda a vossa equipa – de forma decisiva neste jogo de xadrez da inovação e do progresso? O futuro aguarda a vossa jogada.

 

Este artigo de opinião faz parte do eBook FLAG “Criatividade em Perspetiva, que reúne, página a página, reflexões e ensaios profundamente enriquecedores de diversos profissionais sobre as multifacetadas dimensões da Criatividade.

Faz o download do eBook gratuito aqui.