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#FLAGvox | eLearning e Live Training: A transformação do desenvolvimento de competências nas empresas portuguesas

Nos últimos anos, o desenvolvimento de competências nas empresas portuguesas foi profundamente influenciado pela digitalização da formação. Impulsionado pela pandemia, o eLearning e o Live Training transformaram a forma como as organizações qualificam os seus colaboradores. Ao contrário do que se poderia pensar, estas abordagens digitais não vieram substituir a formação presencial, mas sim complementá-la, com novos métodos para responder às necessidades atuais.

 

Quando falamos de eLearning, referimo-nos à formação assíncrona – um modelo onde os colaboradores aprendem ao seu próprio ritmo, acedendo a conteúdos e materiais de forma autónoma. Este formato tem sido particularmente eficaz em áreas técnicas, onde a flexibilidade de poder rever conteúdos várias vezes, sem a pressão de horários rígidos, é uma vantagem clara. Permite uma aprendizagem personalizada e contínua, ideal para quem precisa de conciliar a formação com o trabalho diário.

Live Training, por sua vez, refere-se à formação online síncrona, em que formadores e formandos interagem em tempo real. Este formato recria a experiência da formação presencial, mas sem a necessidade de deslocações, o que torna possível juntar colaboradores de diferentes localizações num único ambiente digital. Além disso, mantém a interatividade, com discussões, trabalhos de grupo e sessões de perguntas e respostas. A combinação de flexibilidade com envolvimento direto faz do Live Training uma ferramenta valiosa para a aprendizagem de competências que dependem de colaboração e interação imediata.

A pandemia acelerou significativamente a adopção destas formas de formação digital. Em Portugal, entre Março e Junho de 2020, o uso de plataformas de eLearning e Live Training cresceu exponencialmente, com muitas empresas a adoptarem soluções digitais para garantir a continuidade do desenvolvimento de competências. Este salto foi particularmente notável em sectores, como as tecnologias de informação, onde o ritmo de inovação exige uma actualização constante de conhecimentos. O formato assíncrono permitiu que colaboradores adquirissem novas competências de forma flexível, enquanto o Live Training manteve o espírito colaborativo das equipas, mesmo à distância.

Importa sublinhar que o eLearning e o Live Training não substituem a formação presencial, mas enriquecem-na. Em sectores onde a aprendizagem prática ou o desenvolvimento de soft skills são essenciais, a formação presencial continua a ser a melhor abordagem. No entanto, ao integrar estas soluções digitais, as empresas conseguem criar um ecossistema formativo mais completo e adaptado às suas realidades. Por exemplo, muitos programas formativos começam com módulos de eLearning, onde os colaboradores absorvem a teoria de forma autónoma, e depois passam para sessões de Live Training, nas quais discutem casos práticos e aplicam os conhecimentos adquiridos.

A complementaridade entre estes formatos digitais e o presencial tem democratizado o acesso à formação. Anteriormente, os programas avançados de formação eram muitas vezes limitados a quadros superiores ou a colaboradores em grandes centros urbanos. Hoje, com o eLearning e o Live Training, qualquer colaborador, independentemente da localização, pode aceder a conteúdos formativos de qualidade. Isto tem permitido às empresas portuguesas qualificar mais pessoas de forma escalável, criando equipas mais versáteis e capacitadas.

Para maximizar o impacto destes formatos no desenvolvimento de competências, os departamentos de Recursos Humanos precisam de adoptar uma abordagem estratégica que combine o melhor de cada. Ao equilibrar a flexibilidade do eLearning com a interação em tempo real do Live Training e a imersão da formação presencial, as empresas conseguem criar programas de formação versáteis e adaptados às necessidades dos seus colaboradores. Esta integração, não só promove uma aprendizagem mais eficaz, como prepara as equipas para enfrentar os desafios de um mercado em constante evolução.

Os profissionais de Recursos Humanos têm, assim, uma oportunidade única: ao repensarem as suas estratégias formativas e ao adoptarem esta combinação de abordagens, estarão a garantir que os seus colaboradores se mantêm, não só competentes, mas também motivados e capazes de responder às exigências de um ambiente empresarial cada vez mais dinâmico. O sucesso das empresas no futuro passará, em grande medida, por esta capacidade de inovar na forma como formam e capacitam as suas pessoas.

 

Artigo de Opinião em: Human Resources | Texto de: Gabriel Augusto