fbpx

#FLAGvox | “Quiet Quitting. Será a aposta na formação dos colaboradores um fator relevante para contrariar este fenómeno?”

Quiet Quitting ou demissão silenciosa, traduzido à letra, é um conceito que tem ganho cada vez mais força e expressão na vida dos trabalhadores de várias empresas, por todo o mundo.

Na prática, consiste num comportamento adotado por funcionários que, desmotivados pelas suas tarefas profissionais, deixam de se envolver na dinâmica e cultura da empresa (o chamado “vestir a camisola”), sem abandonarem o seu posto de trabalho.

Este fenómeno surgiu na sequência dos acontecimentos dos últimos anos, que fizeram com que os funcionários refletissem sobre o papel do trabalho nas suas vidas, avaliando o impacto do trabalho na sua autorrealização e refletindo sobre o que realmente querem das suas vidas profissionais.

Segundo o estudo “O atual estado da Gestão de Talento”, desenvolvido pela GoodHabitz, um em cada cinco profissionais em Portugal — cerca de 20% — acredita que a organização para a qual trabalha não oferece oportunidades suficientes de desenvolvimento pessoal, não se sentido assim valorizado pela entidade patronal.

Outro estudo, desta vez da McKinsey, 40% dos funcionários consideram deixar os seus atuais empregos nos próximos seis meses. E porquê? Certezas não existem, mas o mesmo estudo revela que a principal causa de abandono dos postos de trabalho, no ano anterior, foi a falta de desenvolvimento e avanço na carreira que os trabalhadores sentiram.

As empresas que investem no desenvolvimento dos funcionários têm, consideravelmente, maior possibilidade de reter o seu capital humano, e por sua vez potenciar o seu negócio.

Neste momento em que os trabalhadores refletem sobre as suas vidas, pessoal e profissional, é fundamental as entidades empregadoras estarem alerta e atentas, concentrando-se nos seus recursos humanos, e nas suas necessidades, ajudando-os a construir a carreira que desejam dentro da empresa.

Garantir o bem-estar dos colaboradores, a sua saúde mental, e motivação é fundamental para criar um ambiente organizacional saudável. E a aposta nestes fatores contribui diretamente para a produtividade, envolvimento e retenção dos trabalhadores.

A remuneração, apesar de ocupar um lugar importante, já não é o fator principal de retenção e estímulo dos trabalhadores. Cada vez mais, existe uma necessidade por parte do trabalhador de se sentir valorizado, procurando empresas que potenciem o seu desenvolvimento enquanto profissional, que apostem na sua formação, que valorizem e incentivem o seu desempenho, e que ofereçam um ambiente que proporcione o seu crescimento pessoal e profissional. Garantir a progressão de carreira alinhada, quer com os objetivos profissionais do trabalhador, quer com os objetivos da organização, pode aumentar a retenção e o compromisso com o projeto, e contribuir para a progressão do negócio.

É certo que um dos maiores obstáculos à formação é o tempo necessário para a mesma. Por norma, colocamos a aprendizagem no final da lista de “to do” diários, na nossa jornada de tarefas profissionais. Está na altura de priorizarmos a aprendizagem. Dar tempo aos trabalhadores para aprenderem, pensarem e explorarem novas possibilidades, é uma forma de envolvê-los e motivá-los com uma carreira contínua na empresa.

As empresas que integram e priorizam no seu sistema de valores o desenvolvimento profissional e a aprendizagem mantêm os seus recursos humanos mais envolvidos com a cultura organizacional, enquanto as ajuda a permanecer mais relevantes e competitivas nos tempos que correm, em que as rápidas mudanças são uma constante.

Sendo o capital humano essencial para o desenvolvimento sustentável das empresas, na FLAG, acreditamos que a formação dos colaboradores possui benefícios diretos para a sua satisfação, contrariando o fenómeno Quiet Quitting, e por conseguinte, contribuindo para a competitividade das organizações.

Artigo de Opinião em: ECO Pessoas | Texto de: Margarida Franco