#FLAGvox | Como adaptar os programas de formação personalizada às necessidades de cada empresa

A formação profissional está a atravessar uma revolução silenciosa, impulsionada por mudanças no mercado, pelo avanço da tecnologia, e pelos novos mecanismos de financiamento disponíveis. Hoje, mais do que nunca, as empresas procuram soluções à medida, alinhadas com os seus objectivos estratégicos e com as competências críticas para o seu crescimento.

 

A abordagem tradicional de formação padronizada, com conteúdos genéricos aplicáveis a um vasto leque de profissionais, está a dar lugar a soluções personalizadas e altamente direcionadas. Mas o que significa, na prática, adaptar um programa às necessidades de uma empresa?

O primeiro passo para qualquer programa de formação personalizada é um diagnóstico profundo das necessidades da empresa. Isto implica ouvir ativamente os gestores e colaboradores, perceber os desafios do sector e identificar as competências que podem fazer a diferença.

É importante apostar num modelo de cocriação com os clientes, onde a formação é desenvolvida em conjunto com a empresa, que garanta uma resposta efetiva às lacunas identificadas. Este modelo incrementa o engagement dos participantes e potencia a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.

Cada organização tem o seu ritmo e dinâmica. Por isso, a formação deve ser suficientemente flexível para se ajustar à realidade dos colaboradores. Sessões presenciais, e-learning, modelos blended e bootcamps intensivos são algumas das opções que permitem conciliar a aprendizagem com a produtividade.

Para além do formato, também o método de ensino deve ser pensado para maximizar a retenção de conhecimento. A aprendizagem experiencial, através de casos práticos e simulações, tem-se revelado uma das formas mais eficazes de consolidar competências.

Um programa de formação só é eficaz se for mensurável. Criar mecanismos de avaliação antes, durante e após a formação permite ajustar conteúdos e métodos, garantindo que o investimento se traduz em resultados concretos. Os feedbacks qualitativos e quantitativos são ferramentas valiosas para esta optimização contínua.

E, quando alinhados com os planos de carreira das equipas, ajudam os colaboradores a ver um futuro dentro da empresa. O que reduz a vontade de procurar novas propostas no mercado.

Sabemos que as empresas que promovem uma cultura de aprendizagem contínua tornam-se mais atrativas e competitivas e que os colaboradores com acesso a formações inovadoras sentem-se mais desafiados e motivados, o que aumenta a sua satisfação e produtividade.

A introdução dos fundos de compensação veio trazer um novo caminho para as empresas apostarem na formação dos seus colaboradores sem comprometer os orçamentos internos. Estes fundos permitem transformar uma obrigação num investimento estratégico, capacitando equipas e reforçando a competitividade empresarial.

Estamos perante uma oportunidade relevante para as organizações, ao permitir-lhes aproveitar estes apoios para desenhar programas personalizados que elevem as suas equipas e impulsionem os respectivos resultados.

A formação personalizada deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade. As empresas que investem na capacitação estratégica dos seus colaboradores estão a construir um futuro mais competitivo e preparado para os desafios do mercado. E, com os incentivos financeiros disponíveis, nunca houve melhor altura para apostar no desenvolvimento do talento interno.

Importa continuar a inovar e a adaptar os programas, com a garantia de que cada empresa implementa a formação que realmente necessita para prosperar no mercado atual, cada vez mais exigente e em constante mudança.

 

Artigo de Opinião em: Human Resources | Texto de: Ânia Garcia (Head of B2B Sales)