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#FLAGvox | “Os riscos e os benefícios da Inteligência Artificial na Criatividade”

Que benefícios traz a Inteligência Artificial ao mundo da criatividade? E que riscos? É sobre estas duas interrogações que reflete Gabriel Augusto, Diretor da FLAG.

“A Inteligência Artificial (AI) tem feito parte do nosso dia a dia há vários anos, seja pelos assistentes de voz nos nossos smartphones ou até nos videojogos, mas, mais recentemente, vimos um avanço um tanto inesperado que promete revolucionar os mais diversos aspetos da nossa vida, incluindo o profissional.

O mundo da criatividade, do design ao copywriting, é um dos que tem sido impactado de forma drástica pela AI, não só pelo mais famoso ChatGPT, mas ainda outras AI como a Midjourney, que, com um simples prompt de texto, em questão de segundos, pode gerar autênticas obras de arte. E no que se traduzem todas estas inovações para os profissionais da área? Estará o seu futuro em risco?

Em primeiro lugar, é importante considerar os benefícios da AI, sendo a principal vantagem a celeridade de execução de tarefas. Com o seu auxílio, tarefas que levariam horas ou mesmo dias para serem concluídas passam a ser executadas em questão de minutos ou segundos. Por exemplo, o ChatGPT pode rapidamente gerar conteúdo de alta qualidade, relevante para o público-alvo, poupando tempo aos profissionais de marketing. Além disso, a AI pode analisar vastas quantidades de dados para fornecer insights sobre o comportamento e preferências dos consumidores, permitindo criar campanhas mais personalizadas e eficazes, poupando horas de análise de dados.

No entanto, o uso da AI neste campo levanta várias preocupações sobre o impacto no número de pessoal contratado. À medida que mais tarefas se tornam automatizadas, há o risco de alguns cargos se tornarem redundantes, obsoletos e completamente desnecessários. Por exemplo, copywriters serem substituídos pelo ChatGPT e alguns designers por AI como a Midjourney ou até versões mais aprimoradas do DALL·E 2.

Acredito que as preocupações a esse nível possam ser exageradas no curto prazo e que as empresas que, no longo prazo, prescindirem dos seus profissionais em prol destas ferramentas estarão a dar uma enorme vantagem competitiva à sua concorrência. É preciso notar que um criativo não está somente a executar uma simples tarefa, pensa um conceito e procura dar-lhe vida, com certas nuances, personalizações e toques que apenas um humano é capaz de lhes dar.

A revolução que a AI nos traz deve ser ao nível da produtividade, da velocidade de execução de tarefas. Apoiando-se na AI, um designer pode pensar um conceito e dar vida a diferentes esboços em questão de segundos, podendo depois trabalhar essa base para chegar ao produto final. O seu trabalho continua a ser indispensável, mas o tempo de execução da sua tarefa foi reduzido drasticamente, permitindo-lhe fazer mais em muito menos tempo e com um menor desgaste.

Em suma, o impacto da AI no mundo da criatividade irá depender largamente da visão de cada empresa: se prefere aprimorar o seu produto final ao máximo, contando com bons profissionais que, utilizando estas ferramentas, entregam um produto melhor num tempo muito mais reduzido ou se pretende reduzir custos à conta da diminuição da qualidade do seu produto.
Uma boa adoção da AI, nesta e noutras áreas, pode vir a tornar realidade os quatro dias de trabalho, sem aumentar custos para as empresas, aumentando a produtividade e diminuindo os riscos de burnout nos seus trabalhadores”.

Artigo de Opinião em: Briefing | Texto de: Gabriel Augusto