#FLAGvox | Rir é a melhor ferramenta!
Num mundo onde a tecnologia começa a tornar-se a protagonista, o design de interação é agora o veículo que a faz brilhar, muito para além do que é visível. Vamos mergulhar neste oceano de inovações, com um toque de humor, claro, porque rir é a melhor ferramenta, especialmente quando estamos a um passo de sermos controlados pelas nossas torradeiras.
A Inteligência Artificial e a Siri, a Eva da tecnologia
Primeiro, vamos falar sobre a inteligência artificial. Lembra-se quando a Siri surgiu e todos nós nos encantámos com a ideia de ter uma assistente pessoal no bolso? Bem, a Siri agora é apenas a ponta do iceberg. A IA está a evoluir de forma tão imediata que, em breve, ela não só nos vai lembrar de beber água, mas também sugerir qual água beber (com base nas nossas análises a que também tem acesso misteriosamente).
A verdade é que, atualmente, aplicações como o Google Maps e o Waze, que são essenciais para tantos no dia a dia, já nos ajudam a optar pelas rotas mais rápidas, avisando-nos sobre os acidentes ou condições da estrada e evitando, assim, engarrafamentos e maiores constrangimentos na viagem.
Neste caso o design é essencial e contribui para uma experiência mais intuitiva com uma comunicação simples e direta, uma vez que os elementos de distração na estrada devem ser minimizados.
Realidade Virtual e Realidade Aumentada: Quando a Realidade não é suficiente
A realidade virtual e a realidade aumentada estão a transformar as nossas vidas de uma forma que nem sabíamos ser possível. Com a RV, pode viajar para qualquer lugar do mundo sem sair do sofá, o que é ótimo, especialmente considerando os preços das viagens. “Viajar até Paris fica muito caro? Não se preocupe! Coloque os nossos óculos RV e suba a Torre Eiffel enquanto o seu gato destrói os cortinados e atira tudo ao chão.”
Nos EUA, por exemplo, já existem laboratórios, como a Osso VR, criados para que cirurgiões pratiquem procedimentos complexos de forma mais realista antes de os aplicarem em pacientes reais.
Já a RA transforma as nossas rotinas em verdadeiras aventuras. Já pensou em sair para ir correr e ver dragões a voar à sua volta? Parece divertido, até perceber que a padaria da esquina agora é uma fortaleza medieval e a sua missão é derrotar um troll para comprar a sua carcaça.
Por outro, voltando ao campo da saúde, esta tecnologia é usada, atualmente, para fornecer imagens 3D de órgãos e estruturas anatómicas durantes as cirurgias. É o caso da Microsoft HoloLens.
Aqui o design trabalha no desenvolvimento dessas imagens, em conjunto com a IA, e está também a contribuir, com grande peso, para o sistema de saúde a nível global.
Interfaces de Voz: Porque digitar é coisa do passado
As interfaces de voz estão a ficar tão boas que em breve conversaremos com os nossos dispositivos mais do que com os nossos amigos. “Alexa, como faço para terminar uma relação?” e “Google, por que é que o meu cão está a olhar para mim como se eu fosse um frango assado?” são perguntas que já estão na ponta da língua.
Vendo pelo lado positivo, é possível agora ir a um museu que utiliza interfaces de voz para o esclarecer em qualquer questão relacionada com o que está a ver e, até, disponibilizar descrições detalhadas sobre as peças para uma maior inclusão e acessibilidade.
O design tem aqui protagonismo no conteúdo modular disponibilizado pela interface com diferentes níveis de detalhe.
Wearable Devices: A moda da tecnologia
Os wearables estão cada vez mais populares. Roupas que vigiam a sua saúde, óculos que tiram fotos e relógios que o lembram de respirar (como se nos esquecêssemos). Em breve, até as nossas meias vão-nos lembrar de esticar as pernas e mexer os dedos dos pés.
Exemplo disso é o Oura Ring, um anel inteligente para monitoramento de saúde que usa feedback tátil e visual na app integrada para informar o utilizador sobre os seus níveis de atividade ou sono, sem que seja necessário olhar para um ecrã.
A relação entre design e wearables envolve o equilíbrio entre funcionalidade, conforto, estética e usabilidade.
Estes dispositivos precisam de ser eficientes tecnologicamente, confortáveis para o uso diário e, ao mesmo tempo, esteticamente agradáveis para serem usados como parte da vida quotidiana.
O design não é apenas sobre como eles funcionam, mas também sobre como se adaptam à vida e ao corpo humano de forma orgânica e significativa.
Conclusão: Rir é mesmo a melhor ferramenta
O design de interação está a avançar a passos largos, trazendo inovações que prometem transformar a nossa vida quotidiana numa série de momentos surpreendentes e, muitas vezes, surreais. Enquanto navegamos por este mar da tecnologia, é importante lembrarmo-nos de manter o bom humor e abraçar as mudanças com um sorriso (ou talvez uma gargalhada ocasional).
Ao designer cabe a tarefa de compreender o utilizador e as suas necessidades, tornando a sua experiência mais confortável e agradável.
Então, da próxima vez que o seu assistente virtual sugerir uma meditação ou quando o seu relógio o avisar que está sentado há muito tempo, lembre-se que o design vai estar lá para o apoiar e sorria. Afinal, estamos a viver no futuro e, convenhamos que, o futuro é um lugar bastante divertido!
Artigo de opinião escrito por Constança Mascarenhas.
Este artigo de opinião faz parte do eBook FLAG “Design em Perspetiva – As Múltiplas Facetas do Design” que reúne reflexões e ensaios de 14 profissionais que partilham as suas perspetivas sobre o papel do design na sociedade atual e futura.
Faz o download do eBook gratuito aqui.