#FLAGvox | FLAG: Três décadas a formar profissionais digitais
A FLAG, uma das principais instituições de formação em Portugal, tem vindo a evoluir e a adaptar-se às constantes mudanças tecnológicas ao longo dos seus 31 anos de história.
Gabriel Augusto, Diretor da FLAG, é o entrevistado da semana no Digital Inside, onde falou sobre os desafios, conquistas e a visão de uma das mais prestigiadas escolas de formação profissional do país.
Quantos anos tem a FLAG? Quer falar-nos um pouco da história da empresa?
A FLAG tem atualmente 31 anos. Desde a sua fundação, a FLAG tem-se dedicado a oferecer formação de alta qualidade nas áreas mais criativas e tecnológicas. A nossa missão sempre foi proporcionar aos alunos as competências necessárias para se destacarem num mercado de trabalho em constante evolução.
A nossa gestão direta da FLAG leva 15 anos, destes 31 e durante este período, implementámos várias mudanças e melhorias para garantir que continuamos a ser líderes na formação em áreas criativas e tecnológicas. A nossa gestão focou-se em modernizar a oferta formativa e em integrar as mais recentes tecnologias e metodologias de ensino.
O foco continua então a estar nas áreas criativas?
Sim, continua a ser o nosso foco principal. A FLAG sempre foi conhecida pela sua forte ênfase nas áreas criativas, como design gráfico, web design, e multimédia. No entanto, nos últimos anos, também expandimos a nossa oferta para incluir formações em áreas tecnológicas, como programação e inteligência artificial. Esta expansão reflete a crescente intersecção entre criatividade e tecnologia no mercado atual. A nossa ligação ao grupo a que pertencemos (Rumos Training) também nos permite estar na vanguarda das inovações tecnológicas, garantindo que os nossos alunos estão preparados para os desafios do futuro.
Considerando as inovações atuais, especialmente na área da inteligência artificial (IA), como é que a FLAG está a abordar estas novas necessidades de formação?
Estamos a integrar as novas ferramentas de IA nos nossos programas de formação. Por exemplo, o Adobe Photoshop já inclui IA generativa, e nós adaptámos os nossos cursos para ensinar estas novas funcionalidades. Além disso, estamos a preparar um curso específico de Midjourney, uma ferramenta emergente que tem ganhado popularidade. A nossa abordagem é dupla: por um lado, integramos as inovações nas ferramentas que já ensinamos, e por outro, desenvolvemos novos cursos focados nas tecnologias emergentes. A nossa meta é garantir que os profissionais formados pela FLAG estejam sempre atualizados e possam tirar o máximo partido das novas tecnologias.
A FLAG faz parte de um grupo que inclui outras instituições de formação, como a RUMOS e a GALILEU. Como é que estas instituições se complementam?
Inicialmente, houve algumas sobreposições, principalmente entre a FLAG e a GALILEU, porque ambas ofereciam cursos semelhantes. No entanto, ao longo do tempo, definimos claramente as áreas de especialização de cada instituição. Hoje, a FLAG foca-se em áreas criativas e tecnológicas, a RUMOS está mais voltada para as tecnologias da informação, e a GALILEU especializa-se em formação empresarial e desenvolvimento de competências. Esta estratégia permite-nos oferecer um plano de formação abrangente e complementar, onde cada instituição contribui com a sua expertise específica. Isso facilita atender às necessidades de formação dos nossos clientes de forma mais eficiente e sem redundâncias.
Como é que a FLAG se posiciona em termos de formação para indivíduos versus formação corporativa? E qual das duas gera mais retorno financeiro ao grupo?
Em termos de faturação, estamos divididos 50/50 entre formação individual e corporativa. Esta divisão reflete a nossa capacidade de adaptar a nossa oferta tanto para profissionais individuais quanto para empresas. Quando desenvolvemos novos cursos, o nosso foco principal continua a ser os profissionais individuais, porque estes representam a base do nosso mercado. No entanto, as empresas procuram-nos para soluções de formação personalizadas, que muitas vezes são desenhadas à medida das suas necessidades específicas. Isso significa que, mesmo desenhando produtos para o mercado profissional, acabamos por atender também ao mercado corporativo com soluções sob medida.
A FLAG alguma vez considerou tornar-se uma escola profissional?
Não seguimos esse caminho porque temos outras escolas profissionais dentro do grupo, como a Escola Profissional Ruiz Costa. Estas escolas têm uma abordagem mais voltada para o desenvolvimento de indivíduos em fase de chegarem à idade adulta, enquanto a FLAG se concentra no desenvolvimento de competências profissionais. A nossa estratégia foi sempre complementar a oferta existente no grupo, focando-nos em áreas de formação contínua e profissionalização de adultos. A FLAG especializou-se em formar profissionais já inseridos ou a entrar no mercado de trabalho, oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para se destacarem nas suas carreiras.
E uma Universidade? Alguma vez consideraram criar uma universidade?
Já considerámos essa possibilidade e até lançámos algumas pós-graduações. No entanto, devido a mudanças na legislação que exigem que as pós-graduações estejam associadas a entidades de ensino superior, optámos por continuar com essas formações em parceria com universidades. Estas parcerias permitem-nos trazer a realidade do contexto de trabalho para as formações académicas, oferecendo uma experiência mais prática e aplicada. Decidimos focar-nos no que fazemos melhor: formar profissionais com uma forte componente prática, enquanto as universidades parceiras fornecem a base teórica e a certificação oficial.
A FLAG têm um histórico impressionante de antigos alunos que progrediram nas suas carreiras. Pode dar-nos um exemplo de como isso se reflete na prática?
Recebemos frequentemente mensagens de antigos formandos que, após alguns anos de experiência no mercado, nos procuram para recrutar novos talentos formados pela FLAG. Por exemplo, recentemente recebemos um e-mail de um antigo aluno que agora está a montar uma equipa de social media numa agência e queria recrutar novos profissionais formados por nós. É extremamente gratificante ver a evolução profissional dos nossos alunos e perceber que valorizam as formações que receberam connosco. Estes exemplos tangíveis de sucesso profissional são uma das nossas maiores motivações e validam o impacto positivo da nossa formação no mercado de trabalho.
A FLAG está a lançar vários bootcamps para o verão. Pode falar-nos um pouco sobre estes programas?
Lançámos vários bootcamps para Agosto, incluindo um de inteligência artificial generativa aplicada à comunicação, que tem tido grande procura. Este bootcamp tem sido um sucesso desde a sua primeira edição, no auge do boom da IA generativa no ano passado. Além disso, estamos a oferecer bootcamps focados em engineering prompt, que é crucial para otimizar a interação com modelos de IA generativa, e edição de vídeo com IA generativa, que atende à crescente procura por competências de produção de vídeo. Também incluímos programas focados em processos criativos para agências e content marketing com IA, que ajudam os profissionais a alavancar a tecnologia para melhorar a produtividade e a eficiência nos seus projetos criativos.
Para finalizar, pode falar-nos sobre o feedback das empresas em relação a estes bootcamps?
Temos recebido um feedback muito positivo. Muitas empresas têm solicitado versões personalizadas dos nossos bootcamps para os seus colaboradores. Por exemplo, agências de publicidade têm mostrado grande interesse em formar as suas equipas criativas com as nossas ofertas específicas. Esta procura paralela foi uma agradável surpresa para nós, e estamos satisfeitos por ver que a nossa formação está a ter um impacto direto nas operações das empresas. Adaptamos os nossos bootcamps para atender às necessidades específicas de cada empresa, proporcionando uma experiência de aprendizagem personalizada e altamente relevante.
Entrevista em: Digital Inside.